terça-feira, 16 de setembro de 2014

Agropecuária é responsável por 90% do desmatamento ilegal no Brasil

Derrubada irregular dá lugar ao gado e à soja. Grande parte dos produtos é destinada à exportação para Rússia, China, EUA e União Europeia, revela estudo

Entre 2000 e 2012, a agropecuária foi responsável por metade do desmatamento ilegal nos países tropicais. No Brasil, até 90% da derrubada ilegal da floresta neste período ocorreu para dar lugar ao gado e à soja. Os números fazem parte de um estudo da organização Forest Trends, divulgado na quinta-feira 11.

Segundo o relatório da ONG americana baseada em Washington, as situações mais críticas foram registradas no Brasil e na Indonésia. No Brasil, parte considerável dos produtos cultivados nessas áreas ilegais vai para o mercado externo: até 17% da carne e 75% da soja. Os destinos incluem Rússia, China, Índia, União Europeia e Estados Unidos.

Brasil e Indonésia são os maiores produtores do mundo de commodities agrícolas para a exportação. O que é colhido nas terras desmatadas ilegalmente nesses países vai parar em cosméticos, produtos domésticos, alimentos e embalagens.

"Naturalmente, os países compradores também são responsáveis. Afinal, eles estão importando e consumindo produtos sem prestar atenção em como foram produzidos. Consequentemente, estão criando uma demanda. E as companhias envolvidas no negócio estão lucrando", avalia Sam Lawson, principal autor do estudo e consultor de instituições como o Banco Mundial e Greenpeace. Ele calcula que esse tipo de comércio gere uma receita de 61 bilhões de dólares, cerca de 140 bilhões de reais.

A pesquisa foi feita ao longo dos últimos três anos e reuniu dados publicados em mais de 300 artigos científicos, informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e dados de satélite.

Ao mesmo tempo em que o estudo aponta o Brasil como líder nesse tipo de ilegalidade, ele reconhece que o país reduziu dramaticamente o desmatamento desde 2004. A taxa de derrubada ilegal na Amazônia caiu mais de 70% se comparada aos índices medidos entre 1996 e 2005.

"No Brasil, as florestas também estão dentro de propriedades privadas. E, em muitos casos, o único documento que o produtor rural tem para justificar sua plantação é um certificado de posse da terra. Eles não têm, necessariamente, a permissão para cortar a floresta para dar lugar a essa plantação", diz Lawson.

Francisco Oliveira, diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento na Amazônia, do Ministério de Meio Ambiente, diz que a apropriação irregular de terras públicas, ou "grilagem", é uma das principais causas do desmatamento ilegal. "Um grileiro nunca vai buscar uma autorização de desmatamento", acrescenta.

O corte da mata também é feito por proprietários regulares de terra. Mas nem todos respeitam a lei: muitos retiram a vegetação nativa para expandir plantações sem a devida autorização, que é dada pelo governo estadual. Para aumentar o rigor na fiscalização, o governo federal pretende exigir que os estados repassem as autorizações de supressão de vegetação concedidas aos proprietários.

A legislação nacional obriga as propriedades rurais privadas a manter no mínimo 20% da vegetação natural, a chamada Reserva Legal. Por outro lado, ainda não existem dados oficiais que mostrem quem cumpre a lei. A esperança de separar "o joio do trigo" está no Cadastro Ambiental Rural (CAR), introduzido com o novo Código Florestal para ajudar no processo de regularização.

Esse cadastro tem que ser feito por todo proprietário e trará informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Proteção Permanente, Reserva Legal, entre outros. "A pessoa sabe que entrou para um sistema e vai tomar os devidos cuidados para não desrespeitar a legislação, e quer ser respeitada por isso", analisa Oliveira.

Cinco campos de futebol de florestas tropicais são destruídos a cada minuto para suprir a demanda por commodities agrícolas. A FAO também vê esses números com preocupação. A organização estima que, até 2050, o mundo precisará de cerca de 60 milhões de hectares extras para suprir a demanda por comida.

Para Keneth MacDicken, especialista em assuntos florestais da FAO, seria possível fazer essa expansão sem agredir as florestas. "Aumentar a produtividade, melhorar as técnicas e diminuir o desperdício são fundamentais", diz.

Para acabar com a produção agropecuária em terras desmatadas ilegalmente, é importante mostrar que a legalidade é rentável. "Nesse processo, empresas como a Embrapa são muito importantes. Porque elas ajudam os proprietários rurais a produzir de forma mais eficiente e mais rápida", exemplifica MacDicken.

Além do aumento na fiscalização e vigilância por satélite, Oliveira, do ministério de Meio Ambiente, aposta na parceria com produtores para mostrar que o consumidor também está ficando mais exigente. "Os compradores de soja no mercado internacional não estão querendo atrelar o nome ao desmatamento ilegal na Amazônia." Essa percepção criou a chamada "moratória da Soja", em que produtores se comprometeram a não estender o cultivo para áreas desmatadas.

Lawson só vê uma saída: "Nada vai funcionar se os governos não tomarem providências contra a ilegalidade". O pesquisador admite que, hoje, o tema é mais discutido entre produtores e consumidores do que há dez anos. No entanto, se os números do desmatamento associado à expansão da agropecuária ainda são altos, a conclusão é que "esse combate ainda não está sendo feito como deveria".

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A educação na efetividade das normas do Direito Ambiental



Bolsista: Andrei Popovski Kolaceke
Acadêmico do 8º semestre de Direito


Em um contexto de contínua degradação ambiental e de esgotamento dos recursos naturais disponíveis, em que o modelo de produção e consumo vigente é incompatível com um desenvolvimento sustentável, a simples promulgação de normas jurídicas que tenham por objetivo a proteção do meio ambiente pode não trazer os resultados esperados pela sociedade. Muito mais do que tutelar juridicamente o conjunto de elementos que compõe o meio natural, faz-se necessária, na atualidade, uma verdadeira transformação cultural, que seja capaz de introduzir, no cotidiano de indivíduos das mais diversas procedências e grupos sociais, práticas relacionadas à preservação, à sustentabilidade e ao respeito à legislação ambiental.


Por estes motivos, a educação apresenta-se como uma poderosa ferramenta de transformação, capaz de proporcionar efetividade à norma, dando início a novos comportamentos e posturas nos campos social, econômico, político e ambiental. Apenas uma abordagem pedagógica da problemática da sustentabilidade, que inclua os mais diversos recursos didáticos disponíveis, pode ser capaz de criar um vínculo de pertencimento, responsabilidade e afeição entre o indivíduo e o ambiente que o cerca, bem como uma melhor compreensão dos conceitos contidos na legislação em vigor, para um efetivo exercício da cidadania.


Uma importante aliada neste processo de ensino e aprendizagem jurídico-ambiental é a representação gráfica dos conteúdos trabalhados. Ilustrações, diagramas, tabelas e fotografias, empregados com uma preocupação estética e didática, facilitam a compreensão dos conteúdos e a identificação do educando com o objeto de estudo.


Com base nisto, os Projetos EduCA-Univille têm desenvolvido pesquisas referentes ao ensino da legislação ambiental para crianças, no ambiente escolar, por meio do emprego de recursos visuais, com vistas à formação de cidadãos conhecedores e críticos dos mecanismos jurídicos de conservação do meio natural.

Seguem algumas imagens do material de apoio produzido: 






quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Educação ambiental: a agroecologia aplicada no ambiente escolar




Bolsista: Amanda Carolina de Mello

Acadêmica do 5º ano de Engenharia Ambiental e Sanitária

Local de realização do Projeto: Escola Municipal Evaldo Koehler - Distrito de Pirabeiraba, Joinville.


Por meio da Agroecologia podemos desenvolver ações de Educação Ambiental justificadas na construção de valores sociais, conhecimentos e competências que promovem a sustentabilidade socioambiental e a qualidade de vida.

Ações de Educação Ambiental visam aproximar as crianças do meio ambiente, no sentido de despertar-lhes o sentimento de cooparticipação para com a natureza, tornando-os agentes no trato com o meio ambiente que os cerca.



ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:

Abril/maio: Conceituando Reciclagem

· Apresentação de conceitos como a separação e destinação correta dos resíduos secos (inorgânicos) e molhados (orgânicos), o processo de reciclagem e compostagem

· Apresentação de vídeos educativos sobre reciclagem. Acredita-se que com a união da explicação aos recursos audiovisuais, o aprendizado tem maior eficácia.

Videos:

É preciso reciclar: https://www.youtube.com/watch?v=NgV7O_fJsD8

Programete criança ecológica: https://www.youtube.com/watch?v=ETHAkIkr8g4



Apresentações das crianças (fotos abaixo)

Dividiu-se a sala em grupos e cada um ganhou um tema (papel, plástico, vidro, metal), para apresentar a livre escolha.





domingo, 17 de agosto de 2014

Apresentação em Bertioga (SP)

O trabalho “EDUCAÇÃO AMBIENTAL E HISTÓRIA AMBIENTAL - UMA FORMA DE ESTUDAR OS PATRIMÔNIOS COMUNITÁRIOS A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DAS CRIANÇAS DE PIRABEIRABA, JOINVILLE – SC”, de autoria dos pesquisadores dos Projetos EduCA – Univille: Nelma Baldin;  Cintia Madureira Orth; José Cavalheiro Neto; Joelias dos Santos  e Amanda Carolina de Mello foi apresentado, pela Professora Coordenadora dos projetos, Profa. Dra. Nelma Baldin na VI Conferência Internacional de Educação Ambiental e Sustentabilidade – “O melhor de ambos os mundos” – que aconteceu no SESC Bertioga (SP), no período de 12 a 16 de maio de 2014.

 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Encerramento do semestre...

Boa tarde pessoal, e mais um semestre vai embora, e para comemorar o sucesso dos Projetos EduCA nessa primeira parte de 2013, fizemos nosso tradicional encerramento.
O evento ocorreu na casa da mestranda Vanilda Galli, que gentilmente cedeu sua residência para que fizessemos nossa "jantinha", que na verdade foi um "jantão", cuidadosamente preparado pelas mãos do nosso chef formado em gastronomia e ex-voluntáio do projeto Gabriel Horn Iwaya.O jantar também marcou o "bota-fora" do nosso colega Lidio Schiochet Júnior, que está indo para a Austrália fazer intercâmbio através do Programa Ciência sem Fronteiras até o dezembro de 2014, boa sorte Lidio!

Abaixo seguem algumas imagens do nosso encerramento:

 

 Lidio, ex-bolsista dos Projetos EduCA que está rumo a Austrália, ainda nesse mês.



José (Juca), participante dos Projetos EduCA a dois anos.


Gabriel, ex-voluntário do projeto e nosso chef da noite.


Thiago, ex-bolsista da Professora Nelma


Joelias, participante dos Projetos EduCA a um ano.


Vanilda, mestranda em Saúde e Meio Ambiente, acompanhada de sua orientadora, Prof. Dra Nelma Baldin.
 


Todo o grupo reunido, excelente companhia pessoal, vamos repetir.


Seria isso pessoal, no segundo semestre tem mais Projetos EduCA pra vocês, e consequentemente, mais atualizações no nosso blog.

Boas férias a todos!!!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Recorde de acessos...

Boa noite, venho por meio desta postagem agradecer a todos que visitaram o nosso blog no ultimo mês, totalizando 637 visualizações de 15/05 a 13/06.

MUITO OBRIGADO A TODOS!!!

Participação no SIEPE 2013...

Boa noite meus caros, no final do mês de maio, houve o Seminario Integrado de Ensino Pesquisa e Extensão na Univille, e mais uma vez, os Projetos EduCA estiveram presentes, nossa participação foi um sucesso, com a apresentação das atividades realizadas no ano passado pelos bolsistas.


José Cavalheiro Neto iniciou a apresentação...

 ...e Joelias dos Santos encerrou.

 Houve uma grande participação do público no evento.